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Pandemia reduz doação dos brasileiros, mas leva classes mais altas a bater recorde de engajamento

Promovida pelo IDIS, a Pesquisa Doação Brasil 2020 é o mais amplo estudo sobre a prática da doação individual no País.


São Paulo, agosto de 2021. Os resultados da segunda edição da Pesquisa Doação Brasil, coordenada pelo IDIS - Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e realizada pelo instituto de pesquisas Ipsos, revelam o impacto da longa crise econômica e da pandemia sobre a doação dos brasileiros. Ao comparar os dados de 2015 com os de 2020, vemos que a doação encolheu no Brasil, em todas as suas formas, desde a doação em dinheiro, até a doação de bens e de tempo (trabalho voluntário).


Enquanto em 2015, 77% da população havia feito algum tipo de doação, em 2020, o percentual ficou em 66%. Quando se trata de doação em dinheiro, a proporção caiu de 52% para 41%. E no caso de doações para organizações/iniciativas socioambientais, a redução foi de 46% para 37%.


Sobre os achados da Pesquisa, Paula Fabiani, CEO do IDIS, comenta: “Apesar da queda das doações, a Cultura de Doação se fortaleceu nos últimos cinco anos. A sociedade está mais consciente da importância da doação e tem uma visão muito mais positiva das organizações da sociedade civil e seu trabalho. As classes mais privilegiadas demonstraram maior grau de solidariedade e responderam à crise de 2020 doando mais.”


INFLUÊNCIA DA RENDA


Ao analisar a composição dos dados, fica claro que as alterações se deram por conta da prolongada crise econômica dos últimos anos, agravada pela pandemia e pelo cenário de incerteza para o futuro. Observamos que a doação de dinheiro para organizações/iniciativas socioambientais encolheu muito entre as classes menos favorecidas (de 32% para 25% entre 2015 e 2020, na faixa com renda familiar até 2 salários mínimos) e cresceu significativamente entre as classes com mais alta renda (de 51% para 58%, nas classes com renda familiar entre 6 e 8 salários mínimos, e de 55% para 59% entre as classes com renda familiar acima de 8 salários mínimos). Essas classes doaram mais em 2020 do que haviam feito em 2015.


VALOR DA DOAÇÃO


Em 2020, menos brasileiros doaram a organizações da sociedade civil e o valor doado caiu. Em 2015, a mediana* do valor anual doado por pessoa era de R$ 240 e em 2020, caiu para R$ 200.


Essa redução teve forte impacto sobre o montante total das doações. Em 2015, o valor total doado pelos indivíduos foi de R$ 13,7 bilhões, o que correspondia a 0,23% do PIB. Em 2020, somou R$ 10,3 bilhões, equivalentes a 0,14% do PIB.


(*) A mediana é preterida para estimar o valor total doado porque ela considera os valores mais praticados pela sociedade e despreza os valores extremos, ou seja, as doações muito altas ou muito baixas, que deturpam a média.


CAUSAS MAIS SENSIBILIZADORAS


O efeito da pandemia mudou as prioridades dos brasileiros, quando se trata de causas. Enquanto em 2015 Saúde e Crianças ocupavam os primeiros lugares na preferência dos brasileiros, em 2020, o Combate à Fome e à Pobreza foi citado por 43% da população como sendo a causa mais sensibilizadora, seguida por Crianças, Saúde e Idosos.


Duas outras causas também ganharam muitos adeptos nos últimos cinco anos - o Combate ao Abandono e Maus-tratos de Animais, e os Moradores de Rua. Ambas haviam pontuado muito pouco em 2015, mas aparecem no ranking de 2020, em quinto e sexto lugar, respectivamente.


PERCEPÇÃO SOBRE A DOAÇÃO


Apesar do encolhimento na prática, a população brasileira vê de forma cada vez mais positiva a doação. Mais de 80% da sociedade acredita que o ato de doar faz diferença, e entre os não doadores, essa concordância atinge 75%.


O conceito de que a doação faz bem para o doador cresceu significativamente, de 81% para 91% da população, atingindo uma maioria quase absoluta.


Outro aspecto positivo é que a ideia de que o doador não deve falar que fez doações está perdendo força. Em 2015, ela contava com a concordância de 84% da população e, em 2020, o percentual caiu para 69%. Este é um ponto especialmente importante porque o falar sobre a doação estimula sua prática, traz inspiração, esclarece temores e desperta o interesse de outras pessoas.


PERCEPÇÃO SOBRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL


A opinião dos brasileiros sobre as organizações da sociedade civil, mais conhecidas como ONGs, evoluiu muito nos últimos cinco anos.


A noção de que as ONGs são necessárias no combate aos problemas socioambientais recebeu a adesão de 74% da população, enquanto em 2015, essa concordância estava em 57%.


A afirmação ‘Percebo que a ação das ONGs leva benefícios a quem realmente precisa’ recebeu a concordância de 67% da população, e em 2015, esse índice era de 47%.


O reconhecimento de que as ONGs fazem um trabalho competente foi indicado por 60% da população, e em 2015, só 44% pensavam desse modo.


O maior destaque, porém, fica com o crescimento da confiança nas ONGs. 45% da população concorda que as ONGs deixam claro o que fazem com os recursos que aplicam. Em 2015, apenas 28% se mostravam de acordo com a afirmação.


DESTAQUES


• A longa crise econômica que o País atravessa afetou muito as doações;

• Parte da população mais pobre, que doava em 2015, deixou de doar e passou a precisar de doações;

• Em compensação, as classes de maior renda doaram mais em 2020 do que em 2015;

• A doação é vista de forma muito positiva pela população como um todo, e diminuiu a percepção de que as pessoas não devem falar que fazem doação;

• A imagem das ONGs melhorou muito junto à sociedade brasileira.


METODOLOGIA


A Pesquisa Doação Brasil 2020 foi realizada em duas etapas.


Etapa 1: Qualitativa

Realizada entre os dias 18 e 21 de janeiro de 2021, com 8 grupos focais com 8 participantes cada, todos moradores da região metropolitana de São Paulo.


Os grupos focais foram conduzidos online em razão da pandemia de Covid-19 e do necessário isolamento social.


Perfil dos participantes


• Homens e mulheres

• Classe: ABC

• Idade: 25 a 60 anos

• Doadores

• Não Doadores


Etapa 2: Quantitativa

Período de realização: 16 de março a 22 maio de 2021


Entrevistas realizadas via Entrevista Telefônica Assistida por Computador (CATI), onde o entrevistador segue o questionário através de um programa, minimizando desvios na aplicação. A margem de erro é de ±2 pontos percentuais.


Total da amostra: 2.103 entrevistados.


Recorte: população maior de 18 anos com renda familiar superior a 1 salário mínimo.


A amostra foi composta de acordo com a distribuição real da população brasileira segundo o PNAD 2019, ou seja, as cotas de idade, sexo e região têm a mesma proporção encontrada na população brasileira.


REALIZADORES E APOIADORES


A Pesquisa Doação Brasil é uma iniciativa coordenada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, realizada pela Ipsos e com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID, Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Fundação Tide Setúbal, Instituto ACP, Instituto Galo da Manhã, Instituto Mol, Instituto Unibanco, Itaú Social, Mercado Pago e Santander.


Fonte: Assessoria de imprensa

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